Lutando pela igualdade parental
Eu me chamo Tom, tenho cinco anos e meus pais se separaram.
Desde pequeno eu ouvia eles brigarem, eu sempre ficava quietinho no meu quarto desenhando. Eu sentia muito medo, eu não queria que eles brigassem, eu só queria parar de chorar. Até que um dia papai foi embora e disse que sempre ia me ver, minha mamãe disse que não. Mamãe brigava com papai por telefone, falava que ele não ia me ver nunca mais, eu só conseguia chorar de saudades do meu pai. Eles brigaram na justiça e mamãe me fez falar mentiras sobre o papai. Ela me disse que se eu não falasse, ela também iria embora e que ele ia me abandonar. Afinal, ele já tinha saído de casa.
As brigas continuaram e eu ia mal na escola, me tornei agressivo, não gostava de conversar, eu batia nos meus amigos, eu ofendia meus professores, eu não respeitava meus pais.
Aos 13 anos eu tentei suicídio pela primeira vez, aos 16 eu quase morri e aos 17 eu finalmente consegui aliviar a minha dor.
Eu estava cansado de ouvir eles brigando, eu estava cansado de ouvir minha mãe falando mal do meu pai, eu estava cansado de ver meu pai com a nova família. Eu sei que ele tentou me ajudar, tentou ficar perto, mas mamãe e a justiça não deixaram. Eu sentia falta dele em casa, nas festinhas da escola, quando saía com os amigos para o cinema e os pais iam buscá-los, o meu não estava lá.
Eu só queria que mamãe tivesse me ouvido quando eu pedia a ela para ver o papai.
Eu era o motivos das brigas e eu só queria que elas parassem.
Eu acho que consegui..... Eu não escuto mais nada.
Everton Abeg